A democracia
compreendida como a possiblidade da indiferença entre a experiência da fé e o
ultraje a culto pôde muito bem ser vista (por quem não acha a realidade
exterior uma impressão sensível enganosa) quando, durante a vigília dos
peregrinos católicos na Praia de Copacabana, algumas vadias se reuniram para
marchar com os seios nus e gritar histericamente “Estado laico já”. Nossa
presidente, sendo aquela combinação maquiavélica de leão e raposa na figura da
princesa que dissimula seu criminoso ateísmo comunista, posou para as fotos
simpaticamente ao lado do Papa, e, momentos depois, fez o mesmo com algumas das
vadias. Levou para casa o título de Rainha dessa categoria de mulheres.
Com
o discurso persuasivo e comovente da raposa, dias antes nossa presidente emulara
subversivamente as palavras do Sumo Pontífice, apresentando-se como aquela que
está tentando construir o Paraíso dos justos na terra; contudo, ela foi depois
leão, ao permitir que suas caras vadias perpetrassem as maiores obscenidades
usando o crucifixo, símbolo de nossa fé, em local próximo ao da vigília em
Copacabana, certamente na tentativa de provocar a massa de crentes que, ao
contrário da expectativa delas, permaneceu em silêncio, quase num temor reverencial
diante de uma antevisão da Besta. Afinal, aprendemos dolorosamente que, em nome
da democracia, o ato de amar e temer o Verbo incriado, encarnado e inspirado,
imolado como inocente cordeiro, não pode fruir de sua evidente superioridade
axiológica e deve equivaler, em respeito da tolerância mais paradoxal, ao ato
de introdução de crucifixos nas cavidades anais de algumas aspirantes a mênades,
que justificam tal perversidade com sua luta pela descriminalização do aborto.
Três
milhões de cristãos emudeceram naquele crepúsculo porque na verdade somos
silenciados desde pequenos em todas as instituições públicas de ensino e de
cultura. Quantas vezes alunos cristãos são repreendidos severamente por
professores militantes em sala de aula, e quantas vezes professores cristãos
são violentamente atacados pela súcia de pedagogos ateus ou agnósticos que
povoa o Olimpo acadêmico? Com o triunfo da Hermenêutica da Suspeita na
universidade, todo aquele que discursa apologeticamente em favor das verdades
da fé narradas no Símbolo Atanasiano, é automaticamente tachado de lunático
criacionista, homofóbico, inquisidor, caçador de bruxas, fundamentalista
religioso, ou, na melhor das hipóteses, de uma pessoa ingênua, desinformada e
inculta (como se compreender a consubstancialidade das Três Pessoas fosse
fantasia ou alucinação de um psicótico ignorante).
No
lugar da Santíssima Trindade, adorada por aqueles três milhões de cidadãos
brasileiros que peregrinaram para viverem a fé em comunhão, a intelectualidade
despudoradamente impõe o culto à tríade ctônica, Marx, Freud e Nietzsche,
pedindo prisão em regime fechado para todo aquele que marcha para Jesus Cristo
e se declara contra a descriminalização do aborto, a descriminação do porte de
entorpecentes (ou de seu uso “ostensivo”) e o desagravo das penas para crimes contra
a pessoa humana (já que pelo projeto da reforma do código penal abandonar um
animal será mais grave do que abandonar uma criança). O silêncio é ainda mais
medonho no que diz respeito ao casamento gay: em nome da transvaloração dos
valores e da irrepreensibilidade da incontinência da libido, danem-se o sexo
genital, a família e a criação da prole. Pra quê a estrutura natural da
geração, não é mesmo? Flagelação, prisão e ostracismo para quem for contra a
união civil de homossexuais.
Que
falta nos faz um Atanásio, um Clemente Alexandrino, um Agostinho, um João
Crisóstomo, um Máximo, o Confessor, um Boaventura, para dar nome aos bois,
denominando de estultos os acadêmicos, parlamentares e jornalistas que falam
desde o trono da mais alta burrice. Com uma intelligentsia nacional dedicada à
descristianização da sociedade, formando hermeneutas da suspeita que, uma vez
instrumentalizados pelo arcabouço conceitual de Marx, Freud e Nietzsche,
infestam a universidade e a rede pública de ensino imprecando nocivamente
contra as instituições eclesiásticas, difamando a tradição apostólica,
caluniando santos e exigindo a instauração de uma espiritualidade gnóstica
avessa à autoridade da Igreja e impermeável à cosmovisão própria dos que
pertencem à communio ecclesiae, não resta
dúvida de que estado, academia e mídia estão alinhados no combate aos valores
cristãos enraizados na cultura de milhões de brasileiros. Assim, o povo de Deus
não apenas emudeceu diante da marcha das vadias que profanavam os crucifixos,
como se encurvou sem reação alguma a um dos ataques mais mortíferos já
organizados pela intelectualidade que tomou para si o posto de elite dirigente.
Seguros de que podem evocar na ralé militante as piores reações caso apontem
para um religioso e o chamem publicamente de “fundamentalista”, “autoritário”
ou “neurótico”, os filósofos do perigo garantiram para si aquela posição
central de oradores demagogos numa ágora semelhante ao Pretório de Pilatos,
instituição basilar tão comum em democracias fundadas sobre a indiferença entre
virtude e criminalidade.
Olá... acehi interessante seus cometários em diversos canais, tenho uma certa afinidade com suas contestações e cometários, mas tenho tambpme o defeito (acho) de achar que tudo faz certo sentido, sem profundidade absoluta... mas essencialmente busco por uma conceitualização da nossa vida em bases critã, minha formação familiar fundamental... qual em sa visão é um bom caminho para me auxiliar aos desafios na vida, por uma qualidade nos pensamentos e no legado humano da felicidade para mim e os que amo?
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ResponderExcluirCaro Luke, grato pelo seu comentário.
ResponderExcluirCristo é a Verdade, o Caminho e a Vida. Devemos nos confiar a Ele. Assim, se me permite a sugestão, confie no poder da oração, pois a oração do Senhor (o Pai-Nosso) ensina-nos a rezar com retidão, pois nela cada um não ora unicamente para si mesmo, mas por todos, como Deus nos ensinou.
São Cipriano de Cartago (séc. III) nos auxilia no processo de compreensão e recitação do Pai-Nosso, pois na obra intitulada "A Oração do Senhor" ele aponta para o íntimo do homem onde Deus habita, isto é, nosso coração, de modo que rezar com voz moderada, em tom de temor reverencial e disciplinadamente, é ação que auxilia nosso espírito a celebrar Deus em uma prece condensada, que a Ele se eleva e na qual Ele ouve nosso coração.
Pedir a Deus o que pede o Pai-Nosso, ser um mendigo de Deus, como dizia Agostinho, é mostrar a Ele que não somos autárquicos, que precisamos de seus dons, que reconhecemos humildemente ser Ele o Altíssimo, entregando-nos completamente em suas mãos, confiando-nos sempre a Ele.
Orar com Cristo e no nome de Cristo é orar de modo plenamente cônscio, é a prece cristã que conduz ao caminho para Deus.
Fique com Deus,
Clemente