Como toda ideologia revolucionária, o
ateísmo adota como estratégia adentrar em círculos de pessoas religiosas para,
gradualmente, subverter a mentalidade dos indivíduos mais fracos, que por
ingenuidade patológica, burrice crônica ou safadeza despudorada, aderem ao
ateísmo sem perceber que todos os regimes totalitários do século XX ou foram
ateus, como os de tipo comunista, ou foram gnósticos, como o nazismo e o
fascismo.
Os ateus, na mesma linha dos libertários
e socialistas, denunciam a existência de instituições religiosas que prestam
serviços sociais com algum auxílio do estado, como se isso fosse uma
abominação imoral pior que o homicídio, mas nunca se vê um ateu ou um
libertário criticar os rios de dinheiro que o estado passa muitas vezes sem
licitação para ONGs revolucionários, aquelas que vão transformar a sociedade em
uma comunidade laica de homens perfeitos. Ou seja: quando se trata de dinheiro
público para descristianizar a população com leituras de Marx, Freud e
Nietzsche, pra quê licitação e transparência, não é mesmo?
O ateísmo não só é uma ideologia
revolucionária, que serve para combater a cristandade, tentando suprimir
da consciência moral as suas próprias condições de existência (a imortalidade
da alma e Deus), como é uma ideologia assassina, ou, melhor dizendo, genocida,
pois seus princípios são de uma má fé inquestionável: o ateu ou o
agnóstico já partem do pressuposto de que o crente deve ser convencido de que
vive em ilusão, e de que a verdadeira salvação está em negar o Deus de sua
consciência, o seu mestre e magistrado pessoal, que lhe fala dentro de seu
coração, o divino Verbo encarnado, Cristo Rei. Quem não se convencer
de que vive e dissemina uma tal ilusão que causa mal-estar aos ateus, será
eliminado da cidade. Pol Pot, Mao Tsé Tung e Ho Chi Min extinguiram
milhões de almas que, por assim dizer, iludidas com o Crucificado,
impediam o bom funcionamento da revolução, baseado na matança indiscriminada de
famílias (só por serem famílias) e de dissidentes grávidas (só por serem
dissidentes, mulheres e gestantes de um feto humano).
Seguindo os mesmos passos que os
revolucionários liberais e socialistas, os ateus agora se reúnem em
comunidades, para cultuarem a si mesmos, considerando sua ciência coisa para lá
de superior a qualquer culto religioso, num ato de amor de si
mesmos que Platão já havia identificado como a semente da discórdia
na cidade, pois o ateísmo, ao negar a existência do Bem e das
divindades astrais, inviabilizaria os fundamentos garantidores da ordem e
da harmonia na cidade. Não é o ateísmo a ideologia que permeia toda a reforma
do Código Penal? Se Deus não existe, o direito não é filho do céu, então
os homens, a exemplo do que fazem as quadrilhas de narcotraficantes e
piratas, podem erigir as regras que quiserem e alterá-las a seu bel prazer.
"Societas impiorum" essa dos ateus, como já dizia Agostinho.
Como se vê, o ateísmo jamais fundou
civilização nenhuma, e nenhuma sociedade humana sobreviveria a si mesma sem um
fundamento divino que possibilitasse não só uma ética como também o
próprio impulso para sair da caverna e conhecer desde uma perspectiva
mais abrangente. O ateísmo se considera uma libertação: é libertação negar a
existência do sol e trancar-se numa caverna?
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